Vamos ler alguns autores sobre do que se trata a EUTROFIZAÇÃO para depois ver a eutrofização cultural.
Eutrofização segundo Baptista & Neto, citando o autor Esteves (1988), o prefixo eu equivale a bem; e trophos significa nutrientes, sendo a palavra então aumento da concentração de nutrientes responsável pelo aumento das populações. Já li que este prefixo significa verdadeiro então para Barbosa (eu), significaria verdadeiros nutrientes.
Já Rivera cita Beyers e Odum (1994), autores clássicos da ecologia, que definem eutrofização como resultado da adição de nutrientes inorgânicos e de matéria orgânica que aumenta a fotossíntese
e a respiração nos corpos d’água, sendo uma condição para um processamento de energia de alto metabolismo .
Continuando com Baptista & Neto, que foram claros em suas descrições, a eutrofização, quanto à concentração de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, classifica os ecossistemas lênticos em:
- oligotróficos: com baixa concentração,
- mesotróficos: com média concentração,
- eutróficos: alta concentração, e
- hipereutróficos: altíssima concentração.
Baptista & Braga relatam que, quanto à origem dos nutrientes que provocam a eutrofização, o processo pode ser classificado como natural ou artificial, ou seja, sem ou com atuação antrópica:
- Quando o processo acontece sem atuação humana, ele é lento, pois os principais agentes são as chuvas e as águas de escoamento superficial.
- Quando a eutrofização surge a partir da ação humana, é chamada de artificial, antrópica ou cultural.
Rivera cita Wetzel (1993) falando que a eutrofização faz parte da sucessão natural dos ecossistemas aquáticos:
- "Com o tempo os nutrientes vão se acumulando, havendo um desenvolvimento cada vez maior das populações de fitoplâncton, observa-se com freqüência o florescimento de algas. Quando acontece naturalmente, a eutrofização é gradual e muito lenta (demora muitas dezenas de anos a estabelecer-se)."
Rivera complementa com observação do autor Souza (1993) quando a eutrofização ocorre de forma acelerada, há um aumento desordenado na produção de biomassa (material orgânico ou nutrientes), impossibilitando a sua incorporação pelo ecossistema aquático com a mesma velocidade e provocando, assim, um desequilíbrio ecológico chamado de eutrofização cultural.
As consequências da eutrofização de represas, segundo Rebouças & Braga,são:
- aumento da concentração de Nitrogênio e Fósforo na água (sob forma dissolvida e particulada);
- aumento da concentração de fósforo no sedimento;
- aumento da concentração de amônia e nitrito no sistema;
- redução da zona eufótica;
- aumento da concentração de material em suspensão particulado de origem orgânica na água;
- redução da concentração de oxigênio dissolvido na água (principalmente durante o período noturno);
- anoxia nas camadas mais profundas do sistema próximas ao sedimento;
- aumento da decomposição em geral do sistema e emanação de odores indesejáveis;
- aumento das bactérias patogênicas (de vida livre ou agregadas ao material em suspensão);
- aumento dos custos para o tratamento de água;
- diminuição da capacidade de fornecer usos múltiplos pelo sistema aquático;
- mortalidade ocasional em massa de peixes
- redução do valor econômico de residências, e propriedades próximas a lagos, rios ou represas eutrofizados;
- alteração nas cadeias alimentares;
- aumento da biomassa de algumas espécies de fitoplâncton, macrófitas, zooplâncton e peixes;
- em muitas regiões o processo de eutrofização vem acompanhado do aumento em geral, das doenças de veiculação hídrica nos habitantes próximos dos lagos, rios ou represas eutrofizadas.
Revisando ecologia e menos uma questão :(
Até a próxima.
Referências
Modelo Sistêmico para Compreender o Processo de Eutrofização em um Reservatório de Água.
Autor: Elmer Alberto Ccopa Rivera . Orientador: Enrique Ortega Rodriguez. Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Alimentos.
http://www.unicamp.br/fea/ortega/extensao/Tese_Elmer.pdf
Gustavo Macedo de Mello Baptista & Mário Diniz de Araújo Neto. GEONOMOS, 2 (2): 31-39
O PROCESSO DE EUTROFIZAÇÃO ARTIFICIAL NO LAGO PARANOÁ, BRASÍLIA, DF. http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/2_2_31_39_Batista.pdf
Águas Doces no Brasil - Capital Ecológico, Uso e Conservação. 2.° Edição Revisada e Ampliada. Escrituras. São Paulo - 2002. Organização e Coordenação Científica: Aldo da C. Rebouças; Benedito Braga. Capítulo 06 - Limnologia de Águas Interiores. Imp em http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_doce/impactos,_recuperacao_e_conservacao_de_ecossistemas_aquaticos.html
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