terça-feira, 18 de setembro de 2012
Petrobras obtém licença para porto de acesso ao Comperj
Decisão pode ajudar estatal a superar as dificuldades de transporte dos equipamentos que vão compor o complexo, um de seus maiores projetos
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Minc divulgou nesta terça-feira concessão de licença à Petrobras (Sergio Moraes/Reuters)
A Petrobras conseguiu do governo fluminense o aval para levar adiante um plano que poderá ser sua única alternativa para levar equipamentos pesados ao Complexo Petroquímico do Sudeste (Comperj) – um de seus maiores projetos atualmente.
O secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirmou durante evento nesta terça-feira que a estatal recebeu licença de instalação para o Porto de São Gonçalo, o que permitirá que equipamentos pesados sejam levados até uma estrada de acesso ao local onde está sendo erguido o Comperj.
A estatal está com dificuldades para transportar equipamentos porque as rodovias locais não suportam seu peso. O entrave ocorre há mais de um ano: em agosto do ano passado, o primeiro de quatro reatores que produzirão diesel no Comperj ficou preso no porto do Rio, pelo problema de logística. Os reatores, fabricados na Itália, pesam mil toneladas.
Hidrovia – Outra alternativa sugerida pela estatal seria levar os equipamentos por meio de uma hidrovia, por balsa, em um dos rios que desembocam na Baía de Guanabara. O problema é que a região para o transporte faz parte de uma Área de Preservação Ambiental (APA) e precisa, portanto, de autorização do governo federal.
"Como demora para fazer o porto, eles queriam passar pelo rio que é dentro de APA ambiental. Tem que ter autorização do ICM-Bio... Enquanto o ICM-Bio não der essa licença, nós nem vamos olhar para isso", afirmou Minc, após participar de evento na sede da empresa.
Emissários – O secretário também defendeu outro ponto controverso da construção do complexo petroquímico: a instalação de um emissário para despejar efluentes e resíduos da refinaria em alto mar, na praia de Maricá.
Minc destacou que a licença para o emissário, concedida há pouco mais de um mês, impôs algumas condicionantes fundamentais à Petrobras. O duto terá de ser prolongado em dois quilômetros – o dobro do tamanho do que queria a estatal – e terá de lançar resíduos com tratamento de efluentes dez vezes mais rigoroso que o padrão normal estabelecido pelas autoridades.
"Por causa da licença original, de 2008, exigindo que a Petrobras não lançasse nenhum litro de óleo ou resíduo na Baía de Guanabara – e como todos os rios próximos desaguam na baía –, a Petrobras terá que gastar mais de 100 milhões de reais para preparar um duto para lançar em alto mar", explicou.
O diretor Corporativo e de Serviços da Petrobras, José Eduardo Dutra, demonstrou satisfação com a decisão do governo. "É bom para o meio ambiente, para o estado, para todo mundo", disse, no mesmo evento.
(com agência Reuters)
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