quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Iema faz segunda audiência pública sobre Complexo Gás-Químico de Linhares
Possíveis impactos ambientais do empreendimento da Petrobras serão tema da reunião desta quinta-feira (27)
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Kauê Scarim
26/12/2012 17:08 - Atualizado em 26/12/2012 18:10
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) vai fazer, nesta quinta-feira (27), em Linhares (litoral norte do Estado), a segunda audiência pública para debater o processo de licenciamento ambiental da instalação do Complexo Gás-Químico Unidade de Fertilizantes Nitrogenada (UFN) - IV da Petrobras. A reunião vai acontecer no Cerimonial Coliseu, a partir das 19 horas. A primeira foi realizada no último dia 13, em Aracruz.
A audiência vai debater centralmente os possíveis impactos ambientais do empreendimento, que vai ser instalado em Aracruz e Linhares. O governo estadual já garantiu a concessão de 20 áreas rurais para o Complexo e declarou de utilidade pública as terras e benfeitorias de propriedade privada entre os municípios.
O principal motivo para a realização das audiências é a liberação ou não da Licença Prévia (LP), a partir da apresentação do Estudo de Impactos Ambientais (EIA) à população. Em teoria, a reunião deve servir para esta apresentar as preocupações em relação ao empreendimento e ao EIA, que devem ser consideradas pelo Iema na avaliação do estudo, para emitir o seu parecer.
A intenção da Petrobras é construir em Aracruz o Terminal Barra do Riacho, para receber gás natural, e uma unidade de fertilizante nitrogenado, com o objetivo de produzir ureia, metanol, ácido cético, ácido fórmico e melamina, em Linhares.
A área de descarte de efluentes está entre as mais polêmicas do projeto, visto que o empreendimento contará com a Unidade de Fertilizantes Nitrogenada, que produzirá 763 mil toneladas de ureia por ano, 790 toneladas de metanol, 200 mil toneladas de ácido acético, 25 mil toneladas de ácido fórmico e 30 mil toneladas de melamina.
Em reunião com representantes da estatal, no final de junho, o presidente do Comitê de Acompanhamento de Projetos Industriais de Linhares, Maurício Buffon, detalhou as propostas que podem ser construídas em parceria com a Petrobras e outras entidades. “Queremos que a empresa entenda a necessidade de participar dessa construção sustentável, minimizando algumas consequências negativas ocasionadas pelo progresso. Não podemos ficar omissos com um futuro cenário de preocupação”, enfatizou.
A preocupação, segundo lideranças comunitárias, é com o impacto à saúde da população, assim como as emissões que serão produzidas pelo empreendimento. Há receio de que mais uma vez um projeto poluidor se instale na região, deixando apenas o ônus para a população, sobretudo das localidades de Pavão Grande, Palhal e Boa Vista.
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