quarta-feira, 31 de outubro de 2012

FAO nomeia cientista que defendeu a pecuária após relatório equivocado emitido em 2006 sobre GEE



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Postado em 30/10/2012
No início deste mês, as Nações Unidas anunciaram a posição de Frank Mitloehner, PhD, à cadeira do comitê dentro da Organização para Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO) para medir e avaliar os impactos ambientais da indústria pecuária. Esse é um passo positivo, à medida que Mitloehner, especialista em qualidade do ar da Universidade de Califórnia-Davis, trará uma liderança científica para uma orgaização que mostrou tendências anti-pecuária no passado.

A história começou em 2006, com a divulgação de um relatório da FAO chamado “Livestock’s Long Shadow”. Os autores desse relatório incorretamente disseram que o setor pecuário é responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa (GEE), uma participação maior do que a de todos os transportes combinados. Esse dado continua aparecendo regularmente na mídia e na literatura que é contrária à produção pecuária.

Muitos acreditavam que as afirmações da FAO eram exageradas, mas foi Mitloehner que, junto com coletas da UC-Davis, investigou os métodos de pesquisa e os dados por trás das conclusões. Em 2009, a equipe publicou sua análise, chamada “Clearing the Air: Livestock’s Contributions to Climate Change”, no Advances in Agronomy.

Os dados da FAO foram baseados em “análises de ciclo de vida”, que pretendia quantificar todas as emissões de gases de efeito estufa geradas em toda a indústria ou processo de produção. Mitloehner delineou três abordagens para análise de ciclo de vida para emissões de GEE. A forma mais simples, chamada LCA-1, mede somente as emissões diretas, como as da fermentação do rúmen bovino, das fezes e da urina. A análise mais ampla, chamada LCA-2, mede emissões diretas e indiretas, com as do processamento, transporte e desmatamento associados com a produção pecuária. A análise mais completa, LCA-3, incluiria emissões diretas e indiretas da pecuária, mais emissões indiretas de atividades associadas, como produção de fertilizantes e pesticidas usados na produção de colheitas de alimentos animais.

Diante deste cenário, ele disse que os autores do relatório das Nações Unidas cometeram alguns erros. Primeiro, em suas estimativas de emissões da produção pecuária, eles usaram o LCA-3, incluindo todas as emissões diretas e indiretas do ciclo inteiro de produção. Isso seria ótimo, exceto pelo fato de que, na análise do setor de transporte, eles usaram o LCA-1 simples, medindo somente as emissões dos escapamentos. Isso levou ao exageradamente inflado dado de 18% e à difusão falsa de que a pecuária representa mais emissões do que aviões, trens e automóveis.

A pesquisa de Mitloehner descobriu que, nos Estados Unidos, a criação de animais representa 3,4% das emissões de gases de efeito estufa, enquanto o setor de transporte contribui com aproximadamente 26%.

Nas nações em desenvolvimento, a contribuição das emissões pecuárias relacionadas ao transporte é maior. Isto devido às práticas de produção menos eficientes e à mudança no uso da terra, como onde as florestas nativas são removidas para acomodar o gado. Além disso, o transporte e outras indústrias são menos desenvolvidas nesses países, significando que a contribuição da pecuária às suas emissões totais de GEE é relativamente maior.

Após o estudo de Mitloehner ter sido publicado, os autores do relatório da FAO admitiram seu erro, mas o relatório continua levando a uma ampla crença de que a pecuária está liderando as emissões de GEE.

Como presidente do novo comitê, Mitloehner liderará representantes de governos, indústrias pecuárias, setores privados. Sem fins lucrativos, implementará métodos científicos para quantificar as pegadas de carbono, criar uma base de dados para emissão de GEE pela produção de ração animal, e desenvolver uma metodologia para medir outras pressões ambientais, como consumo de água e perdas de nutrientes.

É encorajador ver a FAO, que pode ter uma influência significativa nas políticas internacionais relacionadas à agricultura e sustentabilidade na produção de alimentos, selecionar cientistas que verdadeiramente entendem do assunto para liderar esse esforço.

Os comentários são de John Maday, editor da Drovers, traduzidos e adaptados pela Equipe Beef Point.

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