quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ONG denuncia Reduc por animais cobertos de petróleo


http://colunas.revistaepoca.globo.com/planeta/2012/10/29/ong-denuncia-reduc-por-animais-cobertos-de-petroleo/


8:59, 29/10/2012 REDAÇÃO ÉPOCA GERAL, ANIMAIS TAGS: PETROBRAS, PINGUINS, REDUC
Entre o final de setembro e o início de outubro deste ano, a ONG SOS Aves & Cia recebeu três animais cobertos de petróleo, todos de origem desconhecida. Na luta pela sobrevivência, um frango d’água e um pinguim-de-Magalhães se salvaram. O filhote do pássaro anu-branco não teve a mesma sorte. O remetente só foi conhecido quando a ONG recebeu um telefonema de um funcionário da Refinaria de Duque de Caxias, a Reduc, da Petrobras. Um quero-quero havia sido “petrolizado” no rio Iguaçu, onde fica a empresa, no Rio de Janeiro, e precisava de cuidados.

Diante dos casos, a ONG propôs assinar um convênio com a Petrobras para retirar, de forma emergencial, os animais do local e enviá-los a órgãos competentes. “As canaletas de materiais pesados da refinaria ficam abertas. É uma armadilha para aves, roedores e jacarés”, afirmou o jornalista e ambientalista Paulo Maia, presidente da instituição. O convênio duraria três anos e manteria uma equipe veterinária de plantão 24 horas para qualquer emergência. A Reduc – a quarta maior refinaria da Petrobras – indeferiu o pedido por questões orçamentárias, segundo Maia.

Após a morte do quero-quero, a ONG SOS Aves & Cia denunciou a Reduc à Polícia Federal. “Ao negar um plano para salvar os animais ‘petrolizados’, a Petrobras deixou claro que não se preocupa com a flora e a fauna brasileira. O mais irônico é que é a maior empresa do país”, afirmou Maia.

A Petrobras negou a existência de aves sujas de óleo no entorno da Reduc e afirmou que todos os efluentes são tratados em respeito à legislação brasileira.

Informado sobre o caso, o delegado do departamento de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal Fabio Scliar notificou a Reduc. Scliar pediu informações sobre que tipo de defesas a refinaria usa para evitar esse tipo de acidente, que poderia ser caracterizado como crime ambiental.

Como noticiou ÉPOCA, dois dirigentes da Petrobras foram indiciados, em julho, por crime de poluição após a PF descobrir negligência da empresa ao descartar o principal subproduto poluente da extração do petróleo, a “água negra”. Durante uma inspeção em 2011, a PF deparou com uma língua negra de poluição, que se espalhava pela Baía de Guanabara, onde desemboca o rio Iguaçu.

Em janeiro de 2000, um vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo da Reduc matou diversos peixes e aves na Baía de Guanabara. O acidente foi causado por uma falha na montagem de um duto que ligaria a Reduc ao Terminal da Ilha d’Água. Foi uma das maiores tragédias ambientais do país.

(Marina Navarro Lins)

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