quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Novas políticas de desenvolvimento produtivo e de inovação devem integrar objetivos de competitividade, inclusão social e sustentabilidade ambiental


http://www.iadb.org/pt/noticias/artigos/2012-10-16/novas-politicas-de-desenvolvimento-produtivo-no-brasil,10166.html

Novas políticas de desenvolvimento produtivo e de inovação devem integrar objetivos de competitividade, inclusão social e sustentabilidade ambiental

Estudo enfatiza a necessidade de desenvolvimento de políticas produtivas adaptadas à realidade local para garantir eficiência e processos sustentáveis

A nova geração de políticas de desenvolvimento produtivo deve integrar os objetivos de competitividade, inclusão social e sustentabilidade ambiental com formulação baseada na realidade local em que se inserem os sistemas produtivos, aponta o estudo “A nova geração de políticas de desenvolvimento produtivo: sustentabilidade social e ambiental”.

Baseando-se nos desafios e oportunidades associados às políticas produtivas no Brasil, o estudo desenvolvido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) evidencia a partir de experiências de sucesso de vários países da América Latina e da Ásia que as políticas exitosas e equilibradas social e ambientalmente foram desenhadas a partir de uma criteriosa construção adaptada a realidades locais.

A utilização de conceitos, indicadores e modelos únicos e padronizados marcou os anos 80 e 90 e gerou uma série de inadequações e distorções no Brasil. A consequência da incorporação direta, acrítica e de forma descontextualizada dessas políticas foi o reforço de desigualdades. Portanto, o país deve avançar no desenvolvimento de modelos contextualizados e realmente capazes de abranger atores, regiões e atividades, na diversidade como se apresentam, garantindo sua sustentabilidade.

Principais recomendações

As políticas de apoio à produção e à inovação são sempre mais relevantes e necessárias no enfrentamento de crises e novos desafios ao desenvolvimento. Portanto, é necessário avançar no desenho e na implementação de modos de desenvolvimento modernos e sustentáveis, superando os modelos baseados no uso das vantagens competitivas espúrias (baixos salários, uso intensivo de recursos não renováveis sem uma perspectiva de longo prazo).

É necessário desenvolver e usar conceitos, indicadores e modelos de política próprios e coerentes com o contexto específico que apoiem processos de aprendizado e de criação de capacitações produtivas e inovativas, ajudem a reduzir os desequilíbrios sociais e regionais, e associem desenvolvimento econômico e social. Exemplo disso é adequar os sistemas de fomento e financiamento às micro, pequenas e médias empresas, que na maioria das vezes recebem um atendimento que foi concebido para empresas de maior porte.

A base da nova geração de políticas deve estar ancorada em modelos dinâmicos e participativos e capazes de apoiar e enraizar processos de desenvolvimento local. Não se pode pensar em um modelo apenas, mas sim em modelos, estilos e estratégias plurais de desenvolvimento, assim como o desenho das novas políticas e instrumentos de fomento à produção e à inovação devem focar as especificidades nacionais e regionais e contribuir para atenuação dos desequilíbrios.

O estudo destaca ainda a relevância de transparência, continuidade, coordenação das politicas de competitividade e inovação, assim como da criação de instâncias de coordenação do Estado, do setor produtivo, e da sociedade civil. No caso brasileiro, os desafios abrangem, além da inclusão social e sustentabilidade, a superação do estágio intermediário de desenvolvimento industrial.

Assim, o estudo sugere coordenar políticas para explorar sinergias, estruturar sistemas de produção e inovação diversificados e intensivos em conhecimento, fortalecer os elos de cooperação, utilizar as vantagens do mercado interno brasileiro para alavancar a competitividade e a internacionalização, assim como utilizar o poder de compra governamental, principalmente em grandes programas nas áreas de saúde, educação, defesa e infraestrutura, visando a mobilizar redes de produção e inovação em bens e serviços.

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